A segunda fase, aos vinte anos, fazia também paródias, porém colocava letras divertidas (possíveis de serem cantadas em público) nas melodias de sucesso . Aos vinte e dois anos de idade, deixou o catolicismo que não lhe respondia uma porção de perguntas que ele fazia aos padres da época e acabou abraçando a doutrina espírita(1966)
A terceira fase, vinha-lhe pouco tempo depois,na qual foi intuído a fazer melodias e letras originais, porém, falando do amor material, da “dor de cotovêlo” (como eram chamadas, antigamente as músicas MPB)
Em outubro de 1966, Roberto levou sua mãe para tratamento no Centro Espírita Oriental, em São Bernardo do Campo onde ela foi tratada e livrou-se rapidamente do problema espiritual que a afligia . Roberto passou também por uma consulta com o dirigente do Centro, Sr. Arlindo, que lhe falou sobre duas vidas passadas, sobre a vida presente, na época e sobre um futuro próximo e sentiu firmeza no que lhe foi dito. Ouviu também do Sr. Arlindo que seu anjo protetor era o espírito de uma freira. Roberto sentiu-se bem em frequentar aquele Centro e duas semanas depois, foi chamado pelo dirigente, Sr.Arlindo, para juntar-se aos médiuns da Casa, nos trabalhos de cura espiritual.
Nos anos seguintes, Roberto trabalhou em televisão, participou do Programa do Silvio Santos como calouro, participou do Programa de calouros do Raul Gil, participou como cantor amador nos Programas de TV de Julio Rosemberg e de Clarice Amaral e fez parte de um programa humorístico de nome Quartelzinho do pé com pano . Durante dois anos, fez tres programas de rádio na Radio Clube Santo André, em S.André, sendo inclusive um deles com o Lombardi que trabalha há anos com Silvio Santos.
Tal experiência e desenvolvimento frente äs câmeras de TV viriam a dar-lhe a segurança para que, posteriormente, viesse a dirigir-se ao público com grande desenvolvimento nos seus trabalhos de musicoterapia espiritual.
Algum tempo depois, o sr. Arlindo desencarnou e Roberto passou a frequentar um centro na Penha, Vila Aricanduva, em São Paulo. De lá, também, Roberto tem lindas recordações de fatos espiritas acontecidos em sua presença, tais como materialização de espírito e de flores, levitação de objetos, etc. Tudo isso que acontecia na vida dele, estava servindo para consolidar sua fé no espiritismo.
No decorrer do ano de 1970, com 26 anos, induzido por uma namorada, Roberto encerrou sua carreira artística amadora e voltou a trabalhar em administração de empresas .
Em quinze de julho de 1977, às vésperas dos seus trinta e tres anos, Roberto casou-se com a catarinense de Rio do Sul, Mirtes ,vinte e um anos ,que passou também a ter Ferreira no nome.
Em março de 1980, nascia a primeira filha do casal, Cinthia . Em finais de 1983, aos trinta e nove anos, Roberto já frequentava a dez anos, a “Fraternidade Espírita Evangélica”, na Vila Mariana , em S.Paulo. Foi lá que, ele e mais um companheiro que se davam como irmãos, foram avisados pelo protetor de uma médium daquela casa, de nome Maria Zuleide, deficiente visual, que se eles se “ligassem com a espiritualidade do bem e do amor”, passaríam a “receber” músicas evangelizadoras que sequer imaginavam o poder de amor que teriam.
Durante onze meses, Roberto orou muito, pedindo a Deus que sua missão viesse logo.
Sua quarta fase iniciou-se, então, em 11 de novembro de 1984, já com quarenta anos e dois meses de vida, quando “recebeu” da espiritualidade, a primeira música da nova fase, cujo título é: “Fraternidade”.
A segunda música, Roberto recebeu no dia 18 de novembro/1984 e hoje é tão conhecida e cantada em quantos templos religiosos: “Evangelho de Luz”. No dia seguinte, 19/11/84, chegava-lhe a terceira música e assim, o trabalho estava se consolidando. No dia 03 de dezembro daquele mesmo ano, chegava-lhe a música “Terceiro Milênio”. No dia 29 de dezembro, quando passava o final de ano em casa de praia do médium Carlos Marques, (cunhado da médium Maria Zuleide) em Mongaguá, litoral paulista, Roberto “recebeu” da espiritualidade, em questão de segundos, a melodia para a letra de “Almas Gêmeas”, de autoria do senador romano Públio Lêntulus, (na época de Cristo) (hoje, Emmanuel) publicada no livro “Há dois mil anos”, psicografado por Francisco Cândido Xavier.
Roberto Ferreira cantou por um bom tempo, as músicas que ía recebendo dos compositores do espaço, junto com aquele companheiro com o qual iniciara aquela missão e com isso, o trabalho foi se tornando conhecido e “abrindo” as portas dos centros espíritas que, naquela época,não aceitavam a música em seus trabalhos espirituais. Em outubro de 1985, nascia o segundo e último filho de Roberto e Mirtes, Éric. Pouco tempo depois, o companheiro que cantava com Roberto e se tornara padrinho de seu filho Éric, desistiu da missão de cantar o evangelho musical e Roberto ficou sozinho, mas não desistiu.
Deu continuidade à sua missão, cantando e se acompanhando (com dificuldade) ao violão, já que nunca cursou escola de música ou métodos de violão. Em 1987, mais pessoas se somaram a ele. Formaram, então um grupo vocal que , tão logo viu a agenda com vários compromissos, que Roberto marcara, se extinguiu rapidinho e ele voltou a ficar só.. Em meados de março de 1989, Roberto entregou ao famoso médium espírita Divaldo Pereira Franco , uma fita k7 com várias das músicas que recebera dos compositores espirituais e mais uma porção de outras letras de músicas, pedindo-lhe que as avaliasse e, se possível, lhe escrevesse sobre o que achara delas. Divaldo disse-lhe então: “-não prometo lhe escrever, pois minha vida é muito atribulada , quase não me dando tempo para isso. Mas quando eu voltar a Santo André, procure-me que lhe direi o que achei de seu trabalho” Roberto agradeceu, mas mesmo assim se sentiu um tanto frustrado…pois Divaldo só voltaria a Santo André dalí a um ano. Roberto estava desanimado. — por que , tantas dificuldades ? O companheiro se foi… O grupo se extinguiu…. O que fazer ?
Primeira Grande Injeção de Ânimo
Em fins de março de 1.989… Roberto recebe, então um telefonema de uma senhora de nome Benê que disse-lhe estar ligando , a pedido da médium Oneida Terra, de uma cidade do interior do Estado do Rio de Janeiro. A médium queria conversar com ele sôbre músicas intuitivas”. E no dia 1º de abril de 1989, Roberto foi com o amigo Waldir de Campos ao bairro da Moóca, em S.Paulo á casa de dona Benê para falar com a sra. Oneida Terra.
Lá chegando, foram recebidos com muito carinho pelas duas senhoras. Após, Oneida incorporou seu espírito protetor, de nome “Irmã Virginia” que havia sido uma freira católica na Alemanha, em sua última encarnação e falou com Roberto, por uma hora.
Roberto chorou de emoção, encharcou seu lenço com lágrimas. Irmã Virginia falou que “… O companheiro que cantava com ele, tão cedo não voltaria. Que estava num outro caminho e que ele, Roberto, não podia deixar de lado uma missão tão grandiosa, de levar o evangelho musical a todos os corações . —-devido a este seu desânimo,-disse ela- ,sua protetora espiritual , também uma freira, não tem conseguido se comunicar intuitivamente com você. Não entre em desespero…..ligue-se com o mundo espiritual do bem, pois Deus lhe enviará muitas pessoas para ajudá-lo. Após a “consulta espiritual”, Waldir, disse ao Roberto: “– amigo, eu não sei cantar, mas se você me aceitar, passo a cantar com você a partir de agora!.” A injeção de ânimo que Roberto recebeu naquele dia, foi muito importante e oportuna.
Segunda Grande Injeção de Ânimo
Para fortalecer mais ainda a sua decisão de continuar na missão, Roberto, que achava que não teria resposta de Divaldo em menos de um ano, recebia em meados daquele abril, ou seja, nem um mês depois, uma carta do médium baiano, datada de 12 de abril/1989, com os seguintes dizeres:
“Salvador, 12 de abril de 1.989 . Meu caro Roberto. Votos de paz. Tenho ouvido as músicas que você teve a gentileza de oferecer-me gravadas. São muito bonitas e portadoras de melodia doce e tocante. O mundo tem, neste momento, necessidade de beleza, que convoque o pensamento a expressões de doçura e paz. Há muito ruído e desespero, que a arte musical pode aplacar. Ninguém ignora a terapêutica da música e as suas mensagens são um convite à reflexão. Oro aos bons espíritos suplicando-lhes que prossigam inspirando-o, a fim de que haja mais paz nos corações e harmonia nas mentes. Muito fraternalmente e reconhecido, servidor em jesus, Divaldo Franco.”
Ah !! Bendito mês de abril de 1989 !!! Roberto recebia então, a segunda dose de injeção de ânimo. Se desistisse, sería covardia . Foi então que Roberto se encorajou e pôs-se a trabalhar mais que nunca. A carta de Divaldo Franco, tornou-se um “passaporte” para ele, pois abriu-lhe as portas de dezenas de fraternidades espíritas.
Quando da consulta com o espírito de irmã Virginia, Roberto imaginava que quando ela lhe falara que -“deus mandaria muitas pessoas para ajudá-lo,” seriam pessoas dos centros espíritas que lhe abririam as portas para ele apresentar “suas” músicas, pois naquela época, os centros espíritas dificilmente aceitavam a arte espírita em seus templos..
E conforme o espírito de Irmã Virginia lhe falara, muitas pessoas foram se aproximando do Roberto e com o passar de alguns meses, formava-se um Grupo Vocal, o qual não teve muito tempo de vida..Depois, iniciou novo Grupo Vocal. Este, sim, teria um futuro promissor. Iniciaram, então, os ensaios no salão de Um Centro Espírita de S.André e Roberto rogava ä espiritualidade que o abençoasse com um nome bem sugestivo para o novo Grupo Vocal.
Terceira Grande Injeção de Ânimo
Um belo domingo pela manhã, Roberto acorda com uma entidade lhe dizendo para dirigir-se ao seu “altar” ( um pequeno escritório ao lado do seu quarto) . Ele pensou que era algum compositor do espaço que iria lhe “passar” uma música nova. Preparou-se em seu “altar” e … de repente, uma freira lhe apareceu na mente e lhe disse: “—Você deseja tanto um nome para o novo grupo…. Pois bem…sugira a eles este nome…. Grupo Vocal União …Harmonia…”. Roberto, imediatamente escreveu no papel o nome mencionado…só que ao colocar uma letra “e” entre as palavras união e harmonia, a entidade lhe fez um gesto que não era assim…. Ele então usou um & ( e comercial) e novamente a entidade lhe fez um gesto de que não era daquele jeito . Roberto ficou um tanto perdido.
Não sabia o que colocar entre as palavras união…….harmonia. Naquele momento, a entidade fez surgir à frente dele, uma clave de sol toda em ouro derretendo, no tamanho de mais ou menos quarenta centímetros. Roberto se emocionou com aquela visão tão linda e, enquanto chorava, começou a desenhar a clave de sol , com muita dificuldade, pois não tinha conhecimentos de símbolos musicais. Ao terminar seu desenho, a grande clave dourada desapareceu e ele chorou muito de emoção.Naquele dia, mais uma prova de que a espiritualidade confiava nele para aquele trabalho, o fez feliz e perseverante.
Uma Grande Decepção e Uma Alegria Maior Ainda.
O novo grupo recém formado, aprovou por unanimidade de seus oito componentes, o nome de “Grupo Vocal União Harmonia. A notícia foi passada por um dos cinco integrantes do grupo, às diretoras daquela casa espírita e em seguida, veio a resposta, trazida pelo próprio emissário: “a diretoria mandou avisar que, já que não aceitamos o nome que nos deram, pedem que nós cinco, componentes do grupo que participamos desta casa, saiamos do coral e solicita que o grupo não mais ensaie nesta casa, procurando novo local para ensaiar”.
Roberto ficou perplexo…. E agora ? , disse ele… Amanhã é sabado e temos uma apresentação para fazer no Centro Espírita Geraldo Ferreira, na rua da minha casa…lembram-se ??? “…sim….lembramos…dissseram eles. Amanhã, ainda cantaremos juntos e depois nos despediremos de vocês”.
No sábado à tarde, Roberto foi a pé, ao Centro Espírita Geraldo Ferreira que fica na rua da sua casa. Levou seu violão, sua pasta de músicas e sua estante de partituras. Ao chegar ao C.E., e dirigir-se ao salão onde sería a apresentação, descendo uma leve rampa, Roberto passou a não sentir seu braço esquerdo… A pasta de músicas e a estante foram ao chão.
Ele pensou… “Meu Deus….acho que estou sofrendo um derrame !” Nessa hora, em sua mente, uma voz disse-lhe assim:… Você está perdendo cinco braços ….(parou uns segundos e completou)…mas vai ganhar outros cinco !” e aí seu braço voltou a ter forças novamente.
Realmente…. Terminada a apresentação, os cinco companheiros se despediram. Na segunda feira, porém uma senhora liga para o Roberto e pede se podería cantar no coral dele. Ele concordou plenamente e passou o endereço da casa do companheiro Décio Valota, onde seríam os próximos ensaios. E aquela senhora disse, então , ao Roberto…
“…só que tem um probleminha…” ” qual, ? Perguntou Roberto … “…É que sou eu e mais quatro filhos que queremos cantar com você…” Roberto quase caíu da cadeira.
Novamente , o grupo estava com oito componentes…depois nove, dez, onze, vinte…Dalí há alguns meses , foram ensaiar em São Caetano na casa do Waldir de Campos. Lá, completaram o primeiro aniversário do grupo. E foi chegando gente para cantar…. E marcavam-se apresentações….e chegava gente para cantar…. No primeiro ano de vida do grupo, fizeram sessenta apresentações.
Depois, o grupo passou a ensaiar em São Bernardo do Campo, atendendo convite da diretoria do Grupo de Estudos Espíritas Lírio Branco. Os ensaios passaram, então, a ser feitos em São Bernardo do Campo, na sede daquele Centro. E chegava mais gente para cantar.
No segundo ano, fizeram noventa e duas apresentações… No terceiro ano, cento e dez… Em 1996, bateram o record, efetuando cento e quarenta e duas apresentações. Houve domingos que fizeram duas apresentações, dividindo-se em dois gupos E assim , o grupo enfrentou ventos e tempestades e conseguiu sobreviver a tantas e quantas crises… Após cinco anos, vendendo duas fitas k7 com suas músicas , juntaram dinheiro para gravar seu primeiro CD. Em 1995 era lançado, então o CD “Parafuso” gravado por quarenta e uma pessoas. Em 1996, foi lançado o CD “Terceiro Milênio” , gravado por sessenta e uma pessoas. O grupo chegou a ter na mesma ocasião, oitenta e dois componentes. Foi o record.
Em agosto de 1.996, foi criada e devidamente registrada, a “Associação Cultural Grupo Vocal União & Harmonia”, uma entidade kardecista, sem fins lucrativos, sediada em São Caetano do Sul. No final de 1996, o companheiro que iniciara o trabalho com Roberto, se afasta novamente e desta vez para não mais voltar. Em 1998, o grupo, já bastante reduzido na quantidade de componentes, mas não na sua “garra”, lançou o CD “Caminho Azul”. A partir de julho de 2.000 , tendo adquirido o imóvel de nº 525 na rua Joaquim Nabuco, em São Bernardo do Campo, em sociedade com o G.E.E Lírio Branco, transferiu sua sede para aquela cidade.
Em dezembro de 2001, saíu o quarto CD do grupo: “Guenta…Coração !!”
O grupo já se apresentou em dezenas de cidades do Estado de S.Paulo e em algumas de Minas Gerais. Roberto também faz apresentações solo e tem sido levado por pessoas bondosas que lhe facultam a passagem aérea e estadia. A Associação tem, no momento, doze grupos afilhados. E está aberta para ter mais afilhados.
Os CDs. do grupo estão tocando por este Brasil a fora e já chegaram a vários países da América Latina, Arábia Saudita, Turquia, Japão, Inglaterra, França, Portugal, Espanha, Italia, Alemanha , Austria, Suiça, etc. Seus quatro CDs. são tocados junto ao leito dos doentes, nos lares ou nos hospitais…junto aos idosos , nos asilos, junto às crianças em orfanatos, creches e escolas particulares. As letras das músicas são temas para palestras e após as mesmas, o palestrante toca a música do tema e todos se regozijam pelo trabalho de musicoterapia alí realizado. Por ocasião da atualização deste histórico, Agosto de 2.008, às vésperas dos 64 anos e com aproximadamente vinte e cinco componentes no grupo, Roberto já recebeu dos “amigos do espaço”, 1.130 músicas.
Seu desejo é continuar semeando o evangelho musical , até o último suspiro. Porém, diz ele que, como é um grande devedor de vidas anteriores, haverá de se conformar pacificamente com as provas que o universo lhe condicionar. Está sempre à disposição das pessoas que lhe pedem uma orientação, um conselho. O retorno tem sido maravilhoso. Muitas curas. Muitas soluções.
Há muito ainda para ser contado sobre o trabalho de Roberto Ferreira, de Irmã Ritier e do Grupo Vocal União & Harmonia. Casos incríveis de curas através da musicoterapia espiritual. Numa próxima oportunidade, enriqueceremos este histórico com algumas passagens lindas pelas quais Roberto e o grupo passaram , com isso solidificando a missão de cantar o evangelho musical .